Explosão de fábrica na Grande Curitiba: entenda por que a polícia encerrou investigação sem apontar possíveis culpados

  • 10/10/2025
(Foto: Reprodução)
Polícia concluí inquérito da explosão em fábrica que matou 9 pessoas O inquérito que investigou a explosão na fábrica da Enaex Brasil, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, concluiu que ninguém será responsabilizado criminalmente pelo acidente que matou nove trabalhadores e feriu outras sete em 12 de agosto. Relembre caso abaixo. Segundo a Polícia Civil (PC-PR), não foram encontrados indícios de crime doloso ou culposo, ou seja, não houve intenção nem negligência comprovada. A investigação, porém, apontou falhas sistêmicas na gestão de riscos da empresa, que podem ter contribuído para o acidente. "A gente não conseguiu determinar a causa, não temos provas suficientes pra cravar o que aconteceu. Nós temos boas teorias e muito bem embasadas, mas a responsabilidade criminal, eu poder imputar essas mortes a uma pessoa ou a um grupo de pessoas, não foi possível. Mas essa investigação deve continuar na esfera administrativa, civil e principalmente trabalhista", disse a delegada Gessica Andrade, responsável pelo inquérito. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PR no WhatsApp Conforme a delegada, a investigação identificou irregularidades estruturais e operacionais, como o uso de equipamentos antigos, corrosão em partes da unidade e dificuldades no controle térmico da mistura explosiva. Depoimentos de trabalhadores também relataram o uso de soluções improvisadas na linha de produção. O inquérito reuniu depoimentos, imagens de monitoramento, laudos técnicos, e-mails corporativos e denúncias internas feitas por funcionários. Apesar de indicar deficiências na gestão de risco, os investigadores concluíram que nenhum colaborador agiu com imprudência suficiente para caracterizar crime. Como a lei penal não permite responsabilizar criminalmente pessoas jurídicas por homicídio, a empresa não poderá responder nessa esfera, argumentou a delegada. No entanto, a polícia destacou que ainda pode haver responsabilização nas áreas trabalhista, cível e administrativa. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que vai analisar o inquérito e poderá pedir novas diligências, arquivar o caso ou apresentar denúncia se entender que há provas de crime. "Nos termos da lei, o prazo para manifestação ministerial é de 15 dias, uma vez que os investigados encontram-se em liberdade e a complexidade dos fatos demanda análise minuciosa dos elementos de informação. O MPPR reafirma seu compromisso com a transparência, a proteção da coletividade e a atuação técnica e rigorosa para a apuração de responsabilidades, sempre em conformidade com a legislação vigente, de maneira que os pronunciamentos serão realizados nos prazos legais nos procedimentos judiciais ou administrativos", diz o órgão. Relembre: Como o frio pode causar uma explosão mortal, como a que aconteceu em fábrica Em nota, a Enaex Brasil lamentou novamente o acidente e agradeceu às equipes envolvidas no resgate, identificação das vítimas e apoio às famílias. A empresa informou que a investigação sobre o caso foi encerrada e que o resultado aponta apenas hipóteses, sem identificar uma causa determinante. A empresa afirmou ainda que mantém padrões rigorosos de segurança e segue em contato com as famílias das vítimas, com reuniões para negociação de indenizações e apoio às comunidades vizinhas que tiveram danos materiais. Veja abaixo na íntegra. O Ministério Público do Trabalho (MPT-PR) informou que continua investigando o caso da explosão com a coleta de depoimentos de ex-empregados, integrantes da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (Cipa) e outras testemunhas, além de análise de documentos apresentados pela empresa e relatórios de órgãos público, com especial atenção a aspectos relacionados ao meio ambiente de trabalho. A Defensoria Pública do Estado do Paraná, que representa as famílias de duas vítimas, informou que vai analisar o relatório policial antes de se manifestar. A instituição ressalta que sua atuação se restringe à esfera cível, ou seja, não envolve diretamente a investigação criminal. Imagens internas da empresa Enaex Reprodução Leia também: Investigação: Prefeito de Fazenda Rio Grande é preso em operação que mira fraudes na saúde Foz do Iguaçu: Vizinhos ouvem gritos de socorro e polícia descobre R$ 1,2 milhão espalhado em casa vazia Entenda: Porsche incendiado custa cerca de R$ 700 mil e tinha dívidas de IPVA Laudo pericial De acordo com o laudo elaborado pela Polícia Científica (PCI-PR), o epicentro da explosão foi no interior do Edifício 44, conhecido como “Carregamento de Cargas Especiais”, onde era produzido o booster — um impulsionador com maior intensidade formado pela mistura de pentolite, substância composta de nitropenta e trinitrotolueno (TNT). As análises periciais indicam que o acidente provavelmente foi causado pelo atrito entre as pás do misturador e o pentolite parcialmente solidificado devido às baixas temperaturas registradas naquela manhã. O frio intenso, somado à falha na estabilização térmica e a um ajuste de torque excessivo do equipamento, teria permitido o contato mecânico entre o material e as pás, gerando energia suficiente para iniciar a detonação. Imagens internas da empresa Enaex Corpo de Bombeiros Mais sobre o caso: Quem são as vítimas Imagens mostram estragos em fábrica de explosivos Moradores de oito cidades sentiram explosão em fábrica Impacto da explosão causou interdição de empresas Delegada diz que vítimas se reuniram para fazer oração pouco antes de explosão Explosão e vítimas Vítimas de explosão em fábrica de explosivos no Paraná. Redes Sociais A explosão aconteceu por volta das 5h50 da manhã do dia 12 de agosto, em uma área de 25 metros quadrados que armazena material explosivo produzido pela fábrica. No momento do acidente, os materiais estavam sendo preparados para transporte, segundo a investigação. Como a empresa funciona 24 horas por dia, as vítimas estavam trabalhando no momento do acidente. De acordo com a empresa, nove pessoas morreram e sete ficaram feridas. As vítimas que morreram na explosão eram todas funcionárias da empresa. São elas: Camila de Almeida Pinheiro; Cleberson Arruda Correa; Eduardo Silveira de Paula; Francieli Gonçalves de Oliveira; Jessica Aparecida Alves Pires; Marcio Nascimento de Andrade; Pablo Correa dos Santos; Roberto dos Santos Kuhnen e Simeão Pires Machado. O que diz a Enaex Brasil "A Enaex Brasil reitera seu profundo pesar pelo acidente ocorrido em 12 de agosto na planta de Booster, no complexo industrial de Quatro Barras, no Paraná. Expressamos nosso agradecimento a todos que participaram dos trabalhos de resgate e identificação das vítimas, nas ações de apoio às famílias, colaboradores e comunidades vizinhas, assim como nas investigações relacionadas ao caso. A companhia reconhece os esforços de todos os envolvidos para esclarecer os fatores relativos ao acidente, no âmbito do processo de investigação conduzido pela Delegacia da Polícia Civil, trabalho complexo e minucioso, no qual houve estrita cooperação de diversas autoridades, famílias, colaboradores e equipe técnica da companhia. A investigação está encerrada e o resultado indica apenas algumas hipóteses e não a causa raiz determinante, o trabalho de investigação deixa como legado o reforço das bases já existentes para a estrita observância dos padrões de segurança da companhia. A Enaex Brasil conta com um sistema de gestão de segurança de classe mundial, em constante evolução e estreitamente alinhado com o propósito de humanizar a mineração e com o valor primordial da companhia: a vida. Nesse sentido, a organização dispõe de amplos procedimentos operacionais e administrativos, treinamentos, auditorias e tecnologias na área industrial que respaldam os altos padrões de segurança, qualidade e ética da organização. A respeito das famílias, a empresa se mantém em estreito contato, assim como com seus advogados designados e a Defensoria Pública do Estado do Paraná. Por iniciativa própria, vêm sendo realizadas reuniões para negociações de indenizações de maneira consensuada e ágil, resguardando sempre a confidencialidade das informações e a privacidade de todos os envolvidos. Ainda, foram estabelecidos canais de comunicação com os colaboradores, terceiros e comunidades no entorno do Site Quatro Barras, para garantir respostas rápidas às necessidades de apoio e reparações de danos materiais em edificações vizinhas da companhia que sofreram algum tipo de avaria. A Enaex reafirma que a vida e a segurança são prioridade e mantém disponível o canal oficial contato.enaexbrasil@enaex.com para responder de maneira imediata a qualquer solicitação. Atenciosamente, Enaex Brasil". Vídeos mais assistidos do g1 Paraná: Leia mais notícias em g1 Campos Gerais e Sul. Leia mais notícias da região em g1 Paraná.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2025/10/10/explosao-fabrica-grande-curitiba-policia-encerrou-investigacao.ghtml


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